Declaro para os devidos fins...

.... que este ano regularmente registrado no calendário deste país, de acordo com nossos humildes planos, será para acertar algumas coisas pendentes se é que se pode deixar alguma coisa "pendente".
Segundo observações dos pensadores contemporâneos, a lei da gravidade não permite que haja nada pendente... cai mesmo e se esborracha no chão.
Mas, hipoteticamente, veremos o que se pode fazer pelos valores que ficaram indefinidos, os comportamentos que ficaram sem entendimento, os sentimentos que não foram sentidos e os que foram deixados de lado para se pensar depois em alguma forma de liberá-los se é que foi possível aprisioná-los.
Enfim, planos que se faz todo início de ano e se tem esperança de que se tornem realidades. O fato é que se não se está preparado para sonhar, como se constrói um sonho baseado em ideias falsificadas de felicidade e bem comum? O que é bom pra mim nem sempre será bom para o meu semelhante, ou mesmo o mais próximo ente querido... é certo que viver em sociedade é abrir mão de muita coisa e conciliar os espaços e prioridades, ser tolerante, ter senso de responsabilidade e dever, porém como saber se estou supondo uma felicidade irreal, que com outras metas tudo seria diferente e a tão esperada felicidade, que é apenas um estado de espírito, seria mais facilmente encontrada, sentida, compartilhada???
Vejo-me sem necessidade de fazer planos.... deixar os acontecimentos acontecerem, a vida viver, os sentimentos sentirem, a alegria alegrar, a tristeza entristecer, a emoção emocionar, o presente presentear.
Vou levar o que tiver que levar, deixar o que tiver que deixar, ser o que tiver que ser, ter o que tiver que ter e aproveitar o que tiver que aproveitar...
Hoje é sexta-feira, eu vou "sextafeirar" e depois é depois...
Ana Torres declarando o início de um ano novo que já começou e começa sempre... em texto já publicado e reeditado. E assim vou ribeirando, ribeirando...
